Capítulo
11
Apesar dos protestos de Brendan, ele fez o que Bel disse. Acharam um alçapão
com um túnel. O cheiro que vinha de lá era de carne em decomposição,
por isso, ele era forrado com borracha, para também evitar o barulho
de oco quando caminhasse, mas não imaginavam que alguém ia
pular em cima para descobrir.
Celly e os outros taparam o nariz. Val pegou uma lanterna e olhou para
dentro. Era um buraco fundo. Ela olhou para os garotos para ver se alguém
se habilitava. Eles a olharam enojados pelo cheiro. Val os olhou com desdém
e pulou. Tinha uns dois metros de profundidade, Val calculou. Ela pediu
o comunicador e um colete. No caso de haver alguém no túnel
armado.
Kyle trouxe o comunicador, mas disse que não tinham coletes. Ele
pediu que ela subisse, seria muito perigoso se ela encontrasse alguém
armado e ela estivesse sem o colete, ela poderia ser atingida. Val mandou
eles a merda, dizendo que não tinha medo. Bel pulou no túnel.
Celly ia pular, mas Val falou que precisava de alguém que atirasse
como ela do lado de fora.
Kyle então, também pulou no túnel.
Todos estavam com os comunicadores. Val pediu para fechar o alçapão
e Celly não deixou. Disse que se houvesse algo, assim ela podia
ouvir. Kyle falou que se houvesse alguém e visse o alçapão
aberto, poderia dar rolo. Então, muito contra vontade, Celly fechou
o alçapão, pedindo para que eles tivessem cuidado.
O cheiro dentro do túnel estava horrível. Bel estava até
meio tonta, e Kyle tirou a camisa para que ela pudesse sofrer menos com
o cheiro. Ele olhou para a Val que disse que Kyle também deveria
colocar algo. Val tinha um lenço no bolso e o deu para Kyle. Ele
perguntou com o que ela ia se proteger do cheiro. Ela disse que estava
acostumada com cheiro de podre.
Mesmo estando acostumada, teve momentos que caminhando
pelo túnel, Val teve que se apoiar nas paredes. Bel disse que tinham
que voltar, aquele cheiro era de metano o que era gás venenoso.
Era uma armadilha. Nesse instante, Val cai desacordada. Kyle diz pelo comunicador
que tiveram problemas, que era para abrir o alçapão. Ele
manda Bel ir na frente. Pega Val no colo e tenta levá-la, mas ele
não consegue por causa do túnel. Ele corre até o alçapão
e pede para que Brendan e Celly tragam máscaras para
gases e um pouco de oxigênio.
Mas eles não tinham nada ali. Kyle disse que se não conseguissem
logo, Val poderia ficar mal. Celly, como era a melhor motorista, pegou
o carro e correu até a base, que ficava 20 minutos de lá.
Ela levou 5. Pelo telefone do carro, ela já tinha pedido o material.
Os portões estavam abertos para ela. Ela apenas parou o carro e
os guardas jogaram o material pela janela, ela deu a volta e voltou para
lá.
Kyle estava dentro do túnel, com sua camiseta no rosto de Val, tentando
com que ela não respirasse o ar. Celly chegou e entregou para ele
a máscara. Ela já estava com uma. Antes de darem uma máscara
para Val, eles deram um pouco de oxigênio, o suficiente para ela
poder caminhar, ela foi cambaleando até a saída, onde eles
a ajudaram a subir.
Celly e Kyle ficaram encarregados do túnel,
enquanto Bel ajudava Val a se recuperar. Meia hora depois, Val já
estava bem melhor e queria entrar no túnel, mas Brendan não
deixou, ela ainda não estava bem para entrar. Bel foi em seu lugar.
No túnel, eles ainda encontraram um cadáver. Alguém
morto com um tiro na cabeça. Pegaram os documentos deles e passaram
para Val, que estava do lado de fora. Ela ligou o computador e pegou a
linha telefônica da casa. Ela checou a ficha do morto. Era um sequestrador
que havia fugido da cadeia há dois meses, junto com mais 5 bandidos.
Val passou a ficha deles para Bel, que anotava as partes mais importantes.
Não tinham certeza se os outros 5 estavam envolvidos, mas precisavam
estar pelo menos preparados no caso de encontrar um deles.
- É improvável que sejam só
os cinco. Eles podem ter sido usados como mão de obra. O plano
vem de outra pessoa. Alguém que saiba tudo sobre o presidente. Tomem
cuidado. Essa pessoa deve ter pensado em tudo antes de executar o plano
� Val disse � muito cuidado.
Val estava certa. no final do túnel havia uma armadilha. Kyle quase
que foi pego, mas Celly descobriu a tempo e com a ajuda de Bel, pode desarmar.
Era uma bomba a base de ruídos. Não havia sido colocada há
muito tempo, assim como o gás. Portanto, Celly descobriu que eles
tinham ficado no túnel até ter certeza que a polícia
não saberia como eles apareceram, mas como sempre havia uma possibilidade,
primeiro colocaram o gás. Muitos não perceberiam que era
metano, pois tem o mesmo cheiro de decomposição e ainda colocaram
um cadáver. Provavelmente eles teriam morrido no túnel, se
Bel não descobrisse o cheiro.
No caso de alguém descobrir, era improvável que alguém
descobrisse e desarmasse a bomba, mas não contavam que iam chamar
a melhor equipe.
Celly descobriu um acesso a uma caverna que tinha nos arredores da casa
de campo. Contaram tudo para Val, que estava no computador. Ela rapidamente,
puxou a planta da propriedade.
- A caverna fica a mais ou menos 200 metros da
onde vocês estão. Perto dela tem uma pequena estrada
que leva para uma floresta. Voltem, temos que preparar um plano juntos.
� Val disse
Eles voltaram. Val cumprimentou e agradeceu Bel pela ajuda. Bel corou,
não imaginava receber um elogio deles.
Val mostrou a planta. Ela acabava na floresta.
- Por isso não podíamos ter continuado,
eles podiam fazer uma emboscada ali � disse Kyle, que estava falando por
cima de Bel e deu uma olhada em seus seios. Val percebeu, mas ficou quieta.
- Exatamente. Por isso, vamos esperar mais um
pouco até eu conseguir alguns equipamentos � Val disse
- você não está pensando
em entrar lá sozinha, está? � perguntou Celly
- Você sabe muito bem que eu me saio bem
em florestas! � Val disse
- É verdade, Celly. Não se esqueça
que ela aprendeu muito com os índios � disse Brendan
- índios? � perguntou Bel.
- Depois eu te conto � disse Kyle numa voz melosa.
Val se levantou da mesa onde eles estavam discutindo os planos.
- eu vou e vou SOZINHA!
- eu também me saio muito bem em matas!
� disse Celly
- não! Aquilo eram treinos. Nós
conhecíamos a mata! Essa não conhecemos. Não quero
ninguém me seguindo. Ficarei com o comunicador ligado, marcarei
o caminho para que depois você possam ir até mim. Até
lá. Todo mundo aqui! � Val disse
- não. Eu vou junto! � Celly disse � eu
não quero que você vá sozinha
- EU MANDO AQUI! EU SOU A CHEFE! Portanto, eu
ordeno que vocês fiquem aqui! � Val disse, ríspida
- Tudo bem � Celly disse magoada
Val não queria ter tido que usar sua autoridade com eles. Mas ela
devia. Se eles fossem naquela floresta, eles não retornariam. Seria
um risco que ela correria sozinha.
Val foi até a base e pegou alguns equipamentos que ela precisava.
O general a olhou e ela não disse nada. Ele não sabia o que
ela ia fazer e sabia que ela não ia dar nenhuma explicação,
mesmo assim, perguntou
- Onde você vai?
- Resgatar o presidente.
- O que você vai fazer com tudo isso?
- desculpe general, mas eu não vou dizer,
vão me aborrecer se eu contar e eu vou fazer tudo a nossa maneira.
Você sabe que é assim. Não me faça discutir
� ela disse enquanto colocava as coisas dentro do carro.
Depois ela voltou. Os outros a olharam espantados. Cordas, facas, duas
lanternas, mais algumas coisas que eles não sabiam para o que ela
ia usar.
Val partiu depois do meio dia. Ela era melhor durante a noite, mas
não tinha tempo a perder. Ela ligou o comunicador, para que pudesse
dar detalhes de tudo para eles. Ela entrou no túnel. Ela queria
fazer o mesmo trajeto que os seqüestradores, assim talvez pudesse
seguir o raciocínio deles.
Chegou na caverna. Encontrou um casaco. Ela dizia tudo, cada detalhe pelo
intercomunicador. Não era um daqueles estio walkie talkie, era um
intrauricular com um microfone. Assim era mais fácil, ela podia
se mover tranquilamente ao mesmo tempo em que se comunicava com eles.
Soube que o casaco pertencia ao presidente. Ela chegou em frente a floresta.
Começou a caminhar e marcar os pontos em que saberia que depois
os outros encontrariam. O que ela não esperava era encontrar aquilo.
- Merda! � ela falou
- Que foi? o que aconteceu? � perguntou Celly
- Esses filhos da puta colocaram uma mina aqui.
- Desvia, oras � Celly respondeu � e marca para
que a gente não a pegue.
- Vocês não vão pegar.
Eu já peguei.
- Val você era perita nisso � Kyle disse
- Mas não dessas de fibra!
- sabe como desarmar? �perguntou Brendan
- não. Não sei. Talvez se eu fizer
o B-142
- de jeito nenhum Val! você pode morrer!
� Celly berrou
- Ora, falta eu não vou fazer. Falow pessoal,
se não der certo.. que eu me diverti, diverti.. � ela disse rindo
- Val.. não.. � Celly tentou fazê-la
desistir, mas ela tinha desligado o comunicador. Celly ficou preocupada.
Várias vezes o B-142 que era um método de desarmar minas
falhara, levando a vida de muitos bons agentes. E Val nunca tentara desarmar
uma mina � Merda. Vou até lá.
- não. � Kyle disse a segurando � ela
disse para não irmos
- Vejo que você não se importa mais
tanto com ela, não é? � disse Celly com raiva � por isso
que a gente nunca se misturava! � Celly falava em códigos não
queria que Bel soubesse o que havia acontecido.
- Pois é.. foi uma simples aventura �
ele disse � e como ela gosta de aventuras.. agora se ela quer morrer, o
problema é dela!
- seu Imbecil! � disse Celly dando um tapa na
cara de Kyle.
Kyle estava tão preocupado quanto Celly, mas ela tinha que perceber
que se Val não quisera ninguém lá, era porque havia
uma chance dela conseguir desarmar a mina. E Kyle confiava nela.
- Ela vai conseguir � ele murmurou � eu espero
que consiga...
Bel escutou e disse que dependendo do modelo, Val conseguiria desarmar.
Só dependia agora da sorte.
Val ainda praguejava contra ela mesma, por não ter percebido a mina
antes. Mas ela não conhecia esse tipo de mina. Era um tipo novo
e se tinha poucas informações sobre ela.
Val olhou mais uma vez, ela não poderia tirar o pé e nem
colocar uma pedra em cima no lugar do pé, como em outras minas.
Essa tinha um microchip com sensor. Ela respirou fundo. Sabia que só
teria uma chance. Apesar dela gostar de se arriscar a idéia de morrer
assim não a agradava �Se ainda fosse nos braços daquele gostoso..
até que eu me matava �. Ela riu. Nem numa hora como
essa, ela parava de pensar nele.
Olhou mais uma vez. Pegou um canivete. Rezou para que tivesse um graveto
por perto. Depois de procurar bem, achou um, se esticou com cuidado para
pegá-lo , ela não podia mover o pé.
Enfiou o canivete e abriu a tampa lateral da mina, sabia que não
iria a afetar. Com cuidado e quase se contorcendo, ela pôde ver o
microchip. Ela usou o graveto para manter um contato entre o microchip
e a placa detonadora. Ela procurou no microship algo que mostrasse o chip
de detonação. Ela não encontrava. Quando estava quase
desistindo, notou um pequeno ponto, ligado por dois minúsculos fios,
idênticos. Ela sabia que não podia cortar nenhum, não
podia impedir a comunicação com a placa detonadora, porque
senao explodia. Finalmente ela percebeu um finíssimo fio de cobre,
que cobria o pontinho. �Só pode ser isso aqui�. Ela pensou. Se não
fosse.. bum! Ela respirou fundo, com cuidado, retirou o fio de cobre. Nada
aconteceu. Se arrumou e preparou para morrer, pegou as fotos da família.
Beijou a foto de seus pais, de seus tios, de Celly. Depois olhou para a
foto de seus amigos, Kyle e Brendan. Finalmente pegou a foto da qual nunca
se separava, a do homem que amava em segredo, e a beijou com todo o amor
que ela tinha em seu coração. Guardou todas e olhou
para a mina. Mentalmente se despediu de todos.
Respirou e retirou o pé. A Mina explodiu. A explosão foi
grande.
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